Lágrima, lágrima, lágrimas…
Não se lembrava de quando, muito menos o porquê de resolver parar de chorar. Apenas sabia que parou. Não era importante, e não sentia a necessidade de uma resposta. Ora, para quê uma resposta?
Desenvolveu a teoria de que a grande necessidade humana de procurar respostas era um mal. O mal. Trazia dor, angustia e por fim grandes duvidas… a sim duvidas, o inicio da procura por respostas. “coisa inútil”.
A vida era cheia de inutilidades, sim inutilidades! Sentimentos, artes, até mesmo escrever, e todas as suas variações, todos inúteis, o que realmente valia era a apatia e a razão… pensava que qualquer conta matemática resolveria qualquer situação (matemáticos, físicos e variáveis não me levem a mal), tudo deveria ser resolvido no exato e imediato momento, sem abrir portas para: questionar, duvidar e muito menos responder.
Tinha teorias extremamente racionais para tudo, inclusive sobre a ação de chorar. Todo humano deveria progredir, logo acreditava que um dia nenhum humano choraria, assim, chorar é um atraso na vida, pessoas ‘evoluídas’ não choram, desenvolveram imunidade a essa doença. Chorar é tão fraco, irracional que deveria ser banido, proibido para evitar atrasos, era o que sempre dizia.
-Se não houver alegria não há tristeza, seremos todos indiferentes, e o mundo continuará a girar.
Até que um dia o humano dentro de si falou mais forte. Não importa o que desencadeou essa reação, importa que sentiu o nó na garganta, lábios trêmulos, olhar marejado que até tentou controlar piscando repetidas vezes, recomeçara a chorar, mas será que teria Des-evoluido? Ou teria aprendido que é humano sentir? Ou que sentir é humano?